quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Amor dúbio - Ensaio dramaturgico



Ela entra.
ELA – Foi em uma noite. Só. E foram 09 meses.
Ele entra arrastando-se.
ELE – Educado nas melhores escolas. Com amigos suspeitos.
Ela se aproxima lentamente da cadeira em cena, ele se arrasta para perto dela.
ELA – Era dançarina. Vivia e sobrevivia. Tinha terno branco, de linho.
ELE – Nasci. Nem berço de ouro nem manjedoura.
ELA – Foi paixão. Desilusão. Solidão.  Meus olhos cruzaram seus pequenos olhos.
ELE – Meus olhos cruzaram com o mar daqueles olhos.
ELE/ELA – Amor, paixão, carinho, fidelidade.
ELE – Corri o mundo para experimenta-lo.
ELA – Trabalhei para as experiências do mundo.
ELE – Desejei muitas mulheres.
ELA – Fui desejada por muitos homens.  Esperei.
ELE – Me preparou par o mundo. Tive muitas mulheres. Estive em festas com amigos, bebi, joguei, trepei.
ELA – Pare. Não quero …
ELE – Preciso contar… contar as experiências que me proporcionou.
ELA – Conte-as.
ELE – Por que?
ELA – Foi melhor assim. Preferia não saber.
ELE – foi uma festa.
ELA – Sempre festas.
ELE – Aquela casa… A menina… A musica… A bebida…
ELA – Paixão… Acontece…
ELE – Não.… Foi fúria…
ELA – Você sabe… as vezes é assim…
ELE – Foi agressão… injusto…
ELA – Nada é justo… o mundo não é justo…
ELE – Por quê?… Por que não me contou?
ELA – Dei-lhe estudos… experiências… mas isso não tinha importância…
ELE – Matei.
ELA – Venha. Filho venha.
Ela pega ele no colo, o abraça. olha para frente.
ELA – Ele merecia. Merecíamos…
ELE – Foi tanto tempo
ELA – Te guardo…
ELE – Matei…
ELA – Te protejo.
ELE – Terno branco de linho.
ELA – O bom filho a casa torna.
ELE – Venho, mas não fico.
ELA – Fica. Não me importa. Estamos livres.
Choro dele... Lagrimas dela...
Blackout.

Nenhum comentário:

Postar um comentário